“A fragilidade da recuperação industrial, retratada pela sondagem ao longo do ano, culmina em agosto com o ICI registrando nível inferior aos 100 pontos (baixa confiança) pela primeira vez desde janeiro. A escassez de boas notícias e bons resultados, e o elevado nível de incerteza mantido por questões internas e externas, tornam a recuperação da confiança mais distante no horizonte temporal”, afirma Tabi Thuler Santos, coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV IBRE.
Em agosto, o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 1,1 ponto, para 97,9 pontos. Mantendo-se acima do nível neutro, o Índice de Expectativas (IE) subiu 0,3 ponto, para 101,4 pontos. A queda do ISA atingiu 12 dos 19 segmentos, enquanto a melhora das expectativas atingiu menos da metade dos segmentos (9 de 19). Em termos agregados, houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados.
O nível dos estoques foi o único componente a piorar dentre as percepções sobre a situação atual e, portanto, foi determinante para a queda do ISA em agosto. O percentual de empresas com estoques excessivos subiu de 7,6% para 9,3%. A parcela de empresas com estoques insuficientes também subiu, mas em menor proporção, ao passar de 4,3% para 4,8% do total.
As expectativas com a evolução do pessoal ocupado nos três meses seguintes foram a principal influência na melhora do IE em agosto. Após forte queda no mês anterior, o indicador subiu 2,1 pontos, para 97,7 pontos. Houve diminuição da proporção de empresas prevendo aumento do quadro de pessoal, de 17,4% para 17,1%. A parcela das que esperam redução caiu em maior proporção, de 15,0% para 12,6% do total.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) avançou 0,3 ponto percentual em agosto, para 76,0%. Esse resultado é insuficiente para compensar as quedas registradas nos dois meses anteriores.
Fonte: Investimentos e Notícias