Noticias
Notícias Gerais
Vendas industriais no PR têm queda de 7,19% de janeiro a outubro
Geralmente outubro é um mês de elevado nível de negócios na indústria mas, neste ano, o resultado contrariou a tendência histórica.
As vendas industriais tiveram queda de 2,36% em outubro na comparação com setembro no Paraná. De janeiro a outubro, os negócios já acumulam queda de 7,19% em relação ao mesmo período de 2014. Os dados fazem parte da pesquisa conjuntural da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Geralmente, outubro é um mês de elevado nível de vendas na indústria mas, neste ano, o resultado contrariou a tendência histórica.
O economista da Fiep, Maurílio Schmitt, disse que, geralmente, o mês de outubro não apresenta queda na produção industrial porque é o período de "safra" do setor que está produzindo neste período para o Natal. Este momento positivo da indústria tradicionalmente vai de julho a outubro.
Segundo ele, o resultado das vendas industriais mostra o esgotamento da capacidade de consumo da população por conta de vários aumentos que ocorreram neste ano como os da energia elétrica, dos combustíveis, de vários tributos, no Paraná, em especial, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Schmitt destacou que o processo de recuperação da indústria ainda está muito distante dos olhos em função de equívocos na política econômica brasileira.
Ele prevê que a indústria do Paraná feche o ano com uma queda nas vendas industriais superior a 7%. Segundo ele, neste ano, não há mais tempo para recuperação já que novembro e dezembro, geralmente, são meses de baixa atividade industrial. De acordo com Schmitt, os resultados apontam para um final de ano de baixa atividade industrial. "As perspectivas não são boas, pois não há sinais de adoção das medidas de ajustes que o País requer para recompor o dinamismo econômico", afirma.
Por outro lado, segundo ele "as notícias políticas deixam um sabor amargo que se espraia sobre as atividades econômicas; não à toa, o PIB industrial brasileiro apresentou forte redução de 9% nos três primeiros trimestres do ano. E a formação bruta de capital fixo (investimentos) reduziu em 12,7% no mesmo período, predizendo e confirmando que até o momento não é possível vislumbrar quaisquer sinais de recuperação no horizonte", analisa.
Segundo ele, para 2016, as perspectivas para a indústria do Estado também são pouco alvissareiras e as previsões apontam que o segmento tenha mais um ano de resultados negativos.
Setores
Em outubro, 11 dos 18 gêneros pesquisados pela Fiep tiveram redução nas vendas. Dos três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense, dois apresentaram redução: alimentos e bebidas (-6,04%) em função da queda de demanda, e veículos (-0,09%) com a conjuntura econômica desfavorável. O único dos três com aumento foi refino de petróleo e produção de álcool (9,81%).
Outras quedas significativas ocorreram nos setores de produtos químicos (-12,42%), móveis e indústrias diversas (-10,31%) e edição e impressão (-8,62%). Schmitt destacou que dada a representatividade do agronegócio no Paraná, a queda nas vendas da indústria de alimentos é preocupante. "A deterioração do poder de compra está atingindo a mesa do paranaense", avaliou.
Insumos
As compras de insumos também apresentaram declínio em outubro (-4,12%) em relação ao mês anterior, acumulando no ano -11,88% de redução. O nível de emprego caiu (-0,24%) e as horas trabalhadas também (-0,08%), acumulando redução de -4,99% e de -3,73% respectivamente. O salário médio em outubro na indústria do Paraná era de R$ 1.550,77.
O nível de utilização da capacidade instalada permaneceu em 73% e está agora três pontos percentuais abaixo do registrado em outubro de 2014.
Notícias recomendadas
Notícias Gerais
Índice que mede produção industrial teve queda de 46,5 pontos em abril
19 de Mai, 2022
Notícias Gerais
Mercado reduz projeção de crescimento da economia e prevê inflação em alta
13 de Set, 2021