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Crise é oportunidade para fusões e aquisições
Paraná foi responsável por 41 dos 733 negócios realizados no País durante o ano passado
No ano passado, houve 733 fusões e aquisições de empresas no Brasil, 10% menos que as 818 de 2014. Apesar da queda, os negócios são considerados volumosos por consultorias e assessorias. Tanto é que algumas se especializam nessas transações. É o caso da JMB Advisors, criada em Londrina, com foco no interior. A empresa foi responsável por uma das 41 fusões e aquisições feitas no Paraná no ano passado.
Com assessoria da JMB, a Ricolog, empresa especializada em transbordo ferroviário com sede em Rolândia, conseguiu uma sócia, que vai permitir a ela dobrar a capacidade de escoamento de grãos e açúcar até 2017. A Sotran, transportadora rodoviária com foco em grãos, comprou 25% da Ricolog.
Sócio da consultoria, Evandro Bazan de Carvalho Júnior conta que a empresa vinha sendo assediada pelas principais tradings do agronegócio, interessadas no transporte ferroviário. "A Ricolog nos procurou para que ajudássemos no negócio. Uma negociação dessas é complexa. O ideal é que as empresas passem por uma fase de preparação", conta.
Nessa fase, de acordo com ele, é feita uma avaliação da empresa. "Quanto vale o negócio? Qual seu potencial de valorização? Só depois é que falamos com investidores", explica. Ele diz que o "pior dos mundos" para quem está buscando um sócio é ter apenas um interessado. "Listamos todos os interessados em potencial, antes de chegarmos a Ricolog", afirma.
Transações nacionais
Gigante internacional entre as consultorias que trabalham com fusões e aquisições, a KPMG diz que, apesar da crise econômica, haverá muitos negócios neste ano em todo o País. O diretor da empresa, Eduardo Navarro, considera que a crise é uma oportunidade para o empresário capitalizado. "As empresas que não estão capitalizadas ficam mais suscetíveis para serem compradas", declara.
Ele dá um exemplo do setor automotivo, que enfrenta série crise devido à queda nas vendas de veículos. "Você tem uma concessionária pouco capitalizada numa região estratégica. Vem uma outra que está capitalizada e a compra", exemplifica. Geralmente, a compradora consegue fazer bons negócios nessas situações.
Navarro alega que, devido ao aprofundamento da crise econômica, os investidores estrangeiros, que antes tinham muito apetite em comprar empresas no Brasil, pisaram no freio. E a maioria dos negócios está sendo feita entre empresas nacionais. Também diz que os brasileiros estão começando a se interessar em fazer negócios lá fora. "Há empresas brasileiras comprando outras fora do País, para diversificar o risco das operações. Esse é um movimento ainda pequeno, mas, nos últimos cinco anos, cresceu muito." De acordo com ele, tanto vender como comprar são atividades que tomam muito tempo. "Não dura menos que um ano. Então, geralmente, tem uma empresa de consultoria envolvida", explica.
Fonte: Folha de Londrina - Economia.