A quantidade de novos pedidos foi o principal obstáculo para o aumento do índice básico, com agosto revelando uma queda acentuada e acelerada nos registros de pedidos. Os entrevistados relataram uma demanda atenuada tanto dos clientes internos quanto dos externos.
De fato, o volume de novos negócios proveniente do estrangeiro caiu pelo terceiro mês consecutivo e por um ritmo mais rápido do que em julho. O volume de novos pedidos para exportação caiu em todos os três grupos de mercado monitorados, como foi o caso também para os totais de registros de pedidos.
Embora o volume de produção tenha continuado a diminuir, agosto indicou a taxa mais lenta de redução na sequência atual de dezenove meses de contração. Isso refletiu principalmente um aumento na produção de bens de consumo, o primeiro desde março de 2015.
Com relação aos preços, os dados da pesquisa indicaram um novo aumento nos custos de compra enfrentados pelos fabricantes. Os entrevistados mencionaram os preços mais elevados pagos por metais, produtos químicos e têxteis, plásticos, alimentos e papel. Apesar de ter se atenuado e atingido o seu ponto mais fraco em cinco meses, a taxa de inflação permaneceu acentuada e acima da sua média de longo prazo.
Os preços cobrados foram aumentados por causa disso, mas por um ritmo modesto, o mais lento em mais de um ano. As evidências destacaram um poder de precificação limitado. Numa análise por subsetor, os produtores de mercadorias divulgaram o aumento mais forte, ao mesmo tempo em que aumentos apenas marginais foram observados nas categorias de bens intermediários e de capital.
A desaceleração contínua do volume de novos trabalhos recebidos, combinada com as constantes tentativas de redução de custos, levaram os fabricantes brasileiros a reduzir a quantidade de compras e o número de funcionários novamente. As taxas de contração se abrandaram, mas permaneceram acentuadas em ambos os casos.
O desempenho dos fornecedores melhorou pelo sétimo mês consecutivo em agosto, e em maior proporção do que em julho, devido à menor pressão sobre a capacidade ociosa. Os prazos médios de entrega encurtaram-se em duas das três categorias monitoradas, a exceção sendo a de bens de consumo.
Os fabricantes concentraram seus recursos na conclusão de trabalhos inacabados, como indicado por uma queda acentuada nos pedidos em atraso em agosto. Numa análise por setor, o declínio mais rápido foi registrado no de bens de capital.
Os dados de agosto indicaram que tanto os estoques de pré-produção quanto os de produtos finais diminuíram. No caso do primeiro, foi registrada uma contração mais branda do que em julho, enquanto que os estoques de produtos acabados diminuíram por um ritmo mais acelerado, o terceiro mais rápido na história da pesquisa.
(Redação – Agência IN)