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Supremo decide que empresa deve dialogar com sindicatos antes de fazer demissão em massa
09 de Jun, 2022
A queda de braço entre Volkswagen do Brasil e o grupo Prevent, dono de diversas marcas de autopeças, teve novos capítulos nos últimos dias. As 3 fábricas da montadora enfrentam problemas na produção desde meados de julho por causa da Fameq, que fornece peças para a carroceria dos veículos.
Segundo a Volkswagen, a relação de "mais de 40 anos" com essa empresa mudou logo que ela foi comprada pelo Prevent, e passaram a ocorrer interrupções na entrega das peças.
Nesta segunda (1º), a fábrica de Taubaté (SP), única a produzir o Up!, além de Gol e Voyage, autorizou a entrada de apenas 800 funcionários de um total de 2.500 no 1º turno, segundo o sindicato dos metalúrgicos local.
Em São José dos Pinhais (PR), de acordo com a Volkswagen, a linha ficará parada desde esta segunda até a próxima quarta (3). Lá são feitos os modelos Golf, Fox e CrossFox.
A montadora não confirmou que a produção esteja completamente parada nas 3 fábricas nesta segunda -além de Taubaté e São José dos Pinhais, há a unidade da Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP).
Mas a fabricante que, nos últimos dias, por conta do problema com a Fameq, "se viu obrigada a suspender diversos turnos de produção em suas fábricas desde o dia 15/7".
90 mil carros a menos
A Volkswagen afirma ainda que, desde o início do impasse com o grupo Prevent, já houve 100 dias de paralisações considerando as 3 fábricas, o que equivale a mais de 90 mil carros deixando de ser produzidos.
A multinacional Prevent é dona de diversos fornecedores de autopeças.
No 1º semestre, um deles, a Keiper, que produz bancos, interrompeu a entrega à montadora por diversas vezes, e a briga chegou à Justiça. Uma liminar obrigou a empresa a retomar o fornecimento e, ainda assim, continuaram as paralisações.
A Volkswagem diz que a Prevent "reiteradamente faz solicitações de aumento de preços" e de "pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico)".
Em maio passado, a Keiper também levou a Fiat a parar a produção na fábrica de Betim (MG), a maior do país.
O G1 não conseguiu contato com a Prevent ou a Fameq até a publicação desta reportagem.
Em junho passado, ante a novas paralisações no fornecimento, a Keiper afirmou que não tinha "nenhuma intenção contrária a não ser ver seu pleito atendido de forma a equilibrar seus custos de produção, os quais têm sido corroídos pela inflação, refletindo diretamente no seu fluxo de caixa". E que buscava junto à VW "uma solução que possa resultar em vantagem para ambas, a fim de manter a parceria existente durante anos".
* Colaboraram: G1 Paraná e G1 Vale do Paraíba
Fonte: Globo.com - Economia.
09 de Jun, 2022