Noticias
Notícias Gerais
Um protesto à elevada carga tributária
O Brasil tem dinheiro e recursos para oferecer educação, saúde e infraestrutura de qualidade, mas faltam planejamento e controle. "No ranking das 30 maiores cargas tributárias do mundo, o Brasil é o último colocado em retorno desses recursos em prol da população", segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE).
A sociedade não aguenta mais trabalhar para pagar impostos. Em 2015, dos 12 meses que correspondem ao ano, o brasileiro trabalhou cinco meses para pagar tributos, ou seja, 151 dias para ‘encher’ os cofres do governo. De acordo com um estudo do IBPT, uma pessoa com expectativa de vida de 72 anos trabalhará 32 anos somente para pagar tributos.
E quando se fala em tributos é importante compreender que não são apenas os impostos que os compõem, mas também as taxas e contribuições. "No que diz respeito ao imposto, pode ser patrimonial (IPTU, IPVA, etc); de consumo (IPI, ICMS,etc) e de renda (IR); e não tem destinação específica. Já as taxas estão relacionadas aos valores cobrados pela prestação de um serviço específico, como exemplo a taxa de água, registro no comércio, bombeiros, vigilância sanitária, entre outras. E no caso da contribuição, tem uma destinação específica, como o Pis e Pasep, cuja finalidade é o financiamento do Seguros Desemprego e abono de PIS. ", explica o presidente do Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr), Jaime Cardozo.
Independente da especificidade, todos esses tributos são responsáveis por 35,42% do Produto Interno Bruto (PIB). O mais interessante é que existem pessoas que afirmam não pagar imposto, como conta a conselheira do Conselho de Jovens Empresários da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Conjove/Acil) e coordenadora do Feirão do Imposto 2016, Ariana Almeida Quelho. "É normal abordarmos pessoas que nos informam que ‘não pagam impostos’; ‘são isentos de IR’. Isso mostra claramente o quanto as pessoas ainda desconhecem sobre impostos, acreditando que só existem os impostos diretos e esquecendo-se dos indiretos".
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina (Sincoval), Roberto Martins, "enquanto a sociedade não atingir um desenvolvimento cultural e político adequado essas incursões estarão sempre presentes em sua vida, qual sejam: mais impostos e aumentos de alíquotas".
O imposto pode ser responsável por mais de 80% do valor de um produto, como é o caso de uma garrafa de Vodca, onde 81,52% do valor é imposto. Não são apenas produtos considerados supérfluo que estão sujeitos aos impostos, mas os de necessidades básicas também não escapam: água (37,88%), pão francês (16,86%), sabão em pó (40,80%), carne bovina (23,99%), lâmpada (37,84%), pasta de dente (31,37%), entre outros.
Bolo Tributário
Inconformados com a elevada carga tributária brasileira, entidades lutam para conscientizar a população e reverterem a situação. No próximo sábado, dia 21 de maio, o Sescap-Ldr promove o "I Bolo Tributário de Londrina e região", em parceria com Acil, Conjove, Fecomércio, PUC, Sesi e Sincoval. Durante o evento, que será realizado no calçadão de Londrina, serão distribuídos pedaços de bolo representando a partilha dos impostos nas esferas federal, estadual e municipal. "A ideia é mostrar para todos o quanto se paga de tributos no Brasil e como esse recurso deveria ser aplicado", destaca o presidente do Sescap-Ldr. Junto com o Bolo tributário, o Conjove Acil promove o Feirão do Imposto, marcando o dia Nacional de Respeito aos Contribuintes e da Liberdade de Impostos.
"Todos sofrem com a carga tributária. Juros elevados e sobretudo, a queda vertiginosa das vendas face a enorme desaceleração que toda a economia está acometida", comenta o presidente do Sincoval.
CORRUPÇÃO
Conforme pesquisa do IBPT, IBRE e Fundação Getúlio Vargas(FGV), no Brasil não há retorno adequado do imposto por diversos fatores, como corrupção, ineficiência e despesas públicas elevadas. "Estamos entre as nações mais corruptas do mundo, de 168 países analisados, ocupamos a 76º posição em corrupção. A cada ano, o equivalente a 13% das riquezas produzidas no Brasil são utilizadas para pagar gastos primários da União com pessoal e transferências de renda (INSS, Seguro desemprego, abono salarial e bolsa família). Nota-se que a falta de planejamento, a burocracia e falta de controle acarretam obras e serviços públicos caros, com atrasos e de péssima qualidade".
Fonte: Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina e Região (Sescap-Ldr).
Notícias recomendadas
Notícias Gerais
Confiança do empresário industrial sobe em julho pelo segundo mês consecutivo, diz CNI
19 de Jul, 2019
Notícias Gerais
Governo prevê receitas extras de R$ 8 bilhões com aumento de imposto em 2017
15 de Jul, 2016